Tuesday, September 27, 2005

 

o QÊ???

Alguém me sabe responder a uma simples questão: Como é que se lê a sílaba QE?

É que sempre me ensinaram que o Q levava um U a seguir, mas que o U era mudo (ou seja, não se lia) quando tinha um E a seguir, no entanto esqueceram-se de ensinar como se lia QE... Mas afinal qual é o problema do Q para ter que levar sempre um U a seguir? É que eu duvido que os patos sejam conscientes dessa regra aparentemente tão importante quando fazem o seu “QUÁ! QUÁ!”. Quer dizer, não é como que, se a regra não existisse eles passariam a fazer “QÁ! QÁ!”. Mas afinal, se não existe nenhuma palavra em que o Q não tem U a seguir, porque é que o Q sozinho existe? Não seria mais fácil fazer uma coisa tipo o alfabeto japonês que funciona por sílabas e assumirmos que tínhamos o QU. Ou mesmo como o alfabeto espanhol em que insistem que o Ñ é uma letra aparte do N e fundamentam isso com o facto dos teclados deles terem uma tecla com a letra Ñ. E aí poderiamos também fundamentar que o Ç era uma letra, e já que estavamos numa de adicionar, porque não também todas as vogais acentuadas? e criávamos um alfabeto português, o que, diga-se de passagem, agradaria imenso aqueles fundamentalistas da língua portuguesa.

Já agora, outra coisa que não percebo é porque é que temos o K e o Y no nosso alfabeto. Alguém conhece alguma palavra portuguesa com a letra K? E Y? Eu também não... a não ser que a gente conte as que surgem nos programas de chat, aí teremos cerca de 50% das palavras portuguesas com K e as outras 50% a terminar em :)

Mas não é preciso ser-se inteligente para perceber que:
“A Á À Ã Â B C Ç CH D E É Ê F G H I Í J L LH M N NH O Ó Õ Ô P QU R S SS S(lido como z) T U Ú V X X(lido como s) X(lido como cs) X(lido como z) Z”
teria o pequeno senão de aumentar gravemente o número de chumbos na primária!

Por isso estou plenamente de acordo com o pessoal dos programas de chat que substitui o Q com o seu irritável U por um K. Aliás, eu diria que aí reside o futuro da língua portuguesa e há mesmo que começar a simplificá-la. E, digamos em bom português que, há que começar por eliminar os QUs desnecessários! E, já agora, substituir os SS e Ç e C (quando colocado antes do E e do I) por S e quando um S tivesse o som de Z, escrever mesmo um Z. Porque, sejamos sinceros, não é que a nossa boca faça verdadeiramente uma diferença entre dizer SAPATO ou ÇAPATO, CEBOLA ou SEBOLA, e MUSEU ou MUZEU. Aliás, já tentaram apenas e somente explicar a um estrangeiro as nossas regras da letra S? É um desastre! Parecemos uns desgraçados a querer fazer render o peixe!

Mas já que estávamos na onda, porquê parar por aí? Poderiamos também simplificar as palavras e ficar com uma para cada significado, porque afinal, que uso têm duas palavras que querem dizer a mesma coisa para além de dar nomes a bandas de rock?

Comments:
Não resisto :-D
Tenho mesmo de dar o meu palpite.

Não queiras matar a língua!!! Não!!!!!
Nós queremos é as coisas difíceis. Quanto mais difíceis mais bonitas. A nossa vingança sobre os ingleses quando lhes explicamos as nossas regras de pronúncia é que eles são infinitamente menos sofisticados porque têm uma língua mais bárbara (!!!) e tão fácil que até dá para ensinar a miúdos da primária....

Realmente, o inglês não custa assim tanto. Queria ver se nós fôssemos ingleses e tivéssemos de aprender português na escola, acabávamos a licenciatura e ainda estávamos a fazer português no 10º ano!

Adiante, tb gostava de saber porque raio não temos em português o Q separado e ainda mais quando em transcrições vindas, por exemplo, do árabe, temos coisas como Qatar!!! Ora, aqui é que foram elas. Porque não Quatar, com a achega de que o 'u' não é para ler tal como não se lê em 'quê'? Ou será que o 'u' se lê sempre antes de 'a', 'o' e 'u' e, como de costume, o 'e' e o 'i' são as excepções? Se alguém quiser mandar contra-exemplos, força, não me apetece pensar nisso agora. E não vale mandar exemplos de 'que' em que o 'u' se leia, só quero exemplos de 'qua', 'quo', ou 'quu' (!!!) em que o 'u' NÃO se leia.

Adiante (mais uma vez): essas diferenças todas são razões históricas. Ter todas essas diferenças na língua é como ter ruínas no nosso país e, sinceramente, dá estilo à língua. Dá para fazermos uma visita guiada aos estrangeiros que a aprendem, ainda que seja preciso ter o equivalente a um curso de turismo da língua: umas noçõezitas de gramática. Vendo bem, as nossas regras são simples, basta decorar as excepções, e estas são bastante menos que as do inglês. Basta lembrar o famoso 'Ghoti' que afinal se lê 'fish'.

Falei de ruínas, não foi? tinha uma razão de ser. Há diferença, ou melhor, houve diferença na forma de pronunciar 'ss' e 'ç', 's' entre vogais e 'z'. Infelizmente, quase que se perdeu. Quando ouvimos alguém que ainda fala com estas distinções, rotulamo-lo logo de saloio, ou rimo-nos. E é pena, porque falam uma língua mais rica, mais antiga, mais original, mais histórica. Ouçam os falares da Beira e de Trás-os-Montes para perceberem as diferenças entre o 's' de 'cousa' e o 'z' de fazer; entre o 'ç' de 'pedaço' e o 's' de 'sapato' (se bem que 'sapato' já tenha sido 'çapato' em tempos, creio); entre o 'x' de 'xarope' e o 'ch' de chuva.

Gosto de ver as reminiscências etimológicas nas palavras e por isso não gosto de ver desaparecer as consoantes mudas. Gosto de escrever halterofilia porque vem de 'haltere' e 'haltere' tem 'h', e não 'alterofilia' como vinha num Metro desta semana (ou seria no Destak?); gosto de poder distinguir 'óptico' de 'ótico' e saber imediatamente, se vir escrito, que um tem a ver com olhos e outro com ouvidos. E ainda bem que não tenho de ler um texto com a mesma palavra repetida em trinta linhas sucessivas porque os reformistas aboliram todos os sinónimos.

Fazer essas mudanças todas era criar um caos enorme na língua escrita. Na falada, já se sabe, mas essa preguiça de pensar sobre o que se diz é que depois leva a vermos textos em que mal se percebe o que se queria dizer. É como as novas versões do 'inglês internacional' em que se escreve 'your' para dizer 'tu és', 'their' para dizer 'ali', 'it's' para dizer 'o seu'... enfim, as pessoas já se esqueceram do significado das coisas, certo?

Apesar de mais difícil, ter as tricas todas das palavras dá-nos muitas vezes pistas sobre o significado real dela. Por exemplo, nunca deviam ter tirado os '^' de algumas palavras... às vezes, nem pelo contexto se percebe se é 'sede' de beber ou 'sede' de um lugar qualquer...

Mas tudo se resume a isto: a língua escrita deve reflectir exactamente o que é dito ou apenas uma versão normalizada das inúmeras formas de dizer? Não se esqueçam que no primeiro caso tínhamos de ter não sei quantas normas diferentes em Portugal... basta ver a Galiza, que parece que ainda não definiu uma norma: de cada vez que leio um texto galego, ou um poema, parece que o autor inventa uma forma diferente de pôr em letra aquilo que diz em voz alta.

já vai longo... Vou deixar-vos por aqui... durmam bem (depois disto tudo, só posso desejar-vos bons sonhos ;-) )
 
The European Commission have just announced an agreement whereby English will be the official language of the EU rather than German, which was the other possibility. As part of the negotiations, Her Majesty's Government conceded that English spelling had some room for improvement and has accepted a 5 year phase-in plan that would be known as "EuroEnglish": --

In the first year, "s" will replace the soft "c". Sertainly, this will make the sivil servants jump with joy. The hard "c" will be dropped in favor of the "k". This should klear up konfusion and keyboards kan have one less letter. There will be growing publik enthusiasm in the sekond year, when the troublesome "ph" will be replaced with the "f". This will make words like "fotograf" 20% shorter.

In the 3rd year, publik akseptanse of the new spelling kan be expekted to reach the stage where more komplikated changes are possible. Governments will enkorage the removal of double letters, which have always ben a deterent to akurate speling. Also, al wil agre that the horible mes of the silent "e"'s in the language is disgracful, and they should go away. By the 4th yar, peopl wil be reseptiv to steps such as replasing "th" with "z" and "w" with "v".

During ze fifz year, ze unesesary "o" kan be dropd from vords kontaiining "ou" and similar changes vud of kors be aplid to ozer kombinations of leters. After zis fifz yer, ve vil hav a reli sensibl riten styl. Zer vil be no mor trubls or difikultis and evrivun vil find it ezi tu understand ech ozer. ZE DREM VIL FINALI KUM TRU!
 
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